A revolução da IA na política: o que fica e o que vai embora
Depois de mais de duas décadas acompanhando campanhas eleitorais, posso afirmar: nunca vi uma transformação tão profunda quanto a que estamos vivendo com a inteligência artificial. E olha que já presenciei a partida dos showmícios, a chegada da internet, das redes sociais e do WhatsApp na política brasileira.
A diferença desta vez? A IA não é privilégio dos grandes orçamentos. Um candidato a vereador hoje tem acesso às mesmas ferramentas que uma candidatura presidencial. Lembro quando uma equipe gastava horas para produzir um único post para redes sociais. Hoje, a IA consegue:
Porém a IA não é mágica, mas ela é tão boa quanto quem a comanda. Ela não pensa por você, não cria estratégia sozinha e, definitivamente, não entende o contexto local da sua carreira política. O segredo está nos prompts, que são as instruções que você fornece para a ferramenta. Um prompt mal formulado gera conteúdo genérico e frustrante. Um prompt estratégico, baseado em conhecimento político real, em um contexto detalhado, indicação de referências, produz material que pode fazer a diferença na carreira política.
Mas como tudo na vida, existe o lado negativo da coisa: deepfakes e desinformação. Se a IA facilita nossa vida, também complica. Nunca foi tão fácil criar vídeos falsos convincentes, áudios manipulados e notícias fabricadas em massa. Equipes qualificadas e atentas a esses riscos devem ter como rotina o monitoramento constante, resposta rápida e, principalmente, transparência total quando a tecnologia for utilizada na produção dos materiais. Aqui está um ponto que me preocupa: como manter a autenticidade quando tudo pode ser gerado artificialmente? A resposta está na dosagem. Use a IA para otimizar processos, não para substituir sua voz. O eleitor consegue sentir quando o conteúdo é genuíno ou quando é apenas algoritmo falando.
O que nunca vai mudar: o fator humano. A política ainda é sobre pessoas. Por mais avançada que seja a tecnologia, algumas coisas permanecem em pé:
Baseado no que vejo funcionando na comunicação política, enxergo a inteligência artificial como uma ferramenta, para otimizar e facilitar os trabalhos. Manter o contato humano, ouvir as pessoas, e dar vazão a isso tudo pelas mídias sociais está em alta nos algoritmos. A tecnologia muda, mas a política continua sendo sobre servir pessoas. E isso, nenhum algoritmo consegue fazer por você.
Espero que tenha gostado do conteúdo.
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